Por mais desafiadora que possa ser, a gestão estratégica de custos deve ser prioridade para empresas que almejam processos de produção mais eficientes e competitividade no mercado. Ela também visa a diminuição de despesas e o aumento de lucratividade.
Neste artigo explicaremos os principais conceitos da gestão estratégica de custos, auxiliando na implementação e acompanhamento de resultados.
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O que é gestão estratégica de custos?
A gestão estratégica de custos é definida como um conjunto de práticas que têm o objetivo de medir, acompanhar e analisar dados que promovam a diminuição de despesas e o crescimento de mercado de uma empresa.
A implementação da gestão estratégica de custos considera todos os processos envolvidos: da produção à venda.
O primeiro passo é o mapeamento de custos, momento em que são coletadas informações úteis para tomadas de decisão.
Tipos de custos
Antes de mapear os custos da sua empresa, é importante entender como eles são divididos. Separe em categorias como:
- Custos diretos: relacionados ao processo de produção, como matérias-primas, insumos e mão de obra dos funcionários;
- Custos indiretos: aqueles não estão relacionados diretamente ao processo produtivo, mas necessários para o funcionamento da empresa, como manutenção, limpeza, vigilância, aluguel e pagamento de seguros.
- Custos variáveis: variam de acordo com o volume de produção, que pode aumentar ou diminuir.
- Custos fixos: mesmo que haja variação de produção, esses custos não mudam.
Dentro dos cursos fixos fixos, variáveis, diretos e indiretos podemos ter:
- Custo baseado em atividades (Custeio ABC): mapeia todas as atividades executadas e relacionadas aos custos indiretos. Com esse mapeamento é possível identificar eventuais atividades que possam estar custando mais que o previsto. Para isso, você deve:
- 1º Listar todas as atividades realizadas por cada departamento;
- 2º Atribuir os custos de cada atividade;
- 3º Identificar os direcionadores de cada atividade (um exemplo é o número de pedidos ou o tempo que se leva para empreender aquela tarefa)
- 4º Colocar na ponta do lápis a relação entre direcionadores e custos das atividades
Para você entender melhor, separamos um vídeo que explica como o cálculo pode ser feito!
- Custeio do ciclo de vida: diz respeito ao tempo de vida útil de algum ativo necessário à produção. Para se chegar a esse valor, devem ser considerados todos os gastos com o equipamento: compra, manutenções e consertos.
- Custeio da qualidade: esse dado é obtido através da soma de todos os recursos usados com o intuito de garantir a qualidade do produto. Entram na conta erros, insumos desperdiçados e retrabalho.
- Custos logísticos: são custos relacionados a aquisição, abastecimento, armazenagem e distribuição de insumos e produtos.
Como fazer uma gestão estratégica de custos?
A abordagem da gestão estratégica de custos começa com a estruturação de informações e termina com mudanças na forma como são conduzidos os recursos financeiros da empresa.
Abaixo você entende o passo a passo de cada etapa da gestão.
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1. Mapeie todos os custos
A primeira medida de uma gestão estratégica deve ser o levantamento de todos os custos da empresa levando em consideração os custos fixos, variáveis, diretos e indiretos.
Lembre-se de incluir todos os gastos da empresa, mesmo aqueles que parecem não ser tão relevantes, como impressões, grampeadores e papel.
É importante que a coleta dos dados seja feita sem arredondamentos, preservando o real valor dos gastos.
2. Faça benchmarking
O benchmarking é uma avaliação comparativa do mercado com a finalidade de entender o panorama geral para buscar o aprimoramento da empresa e, consequente, melhorar o posicionamento do negócio.
Nas comparações são identificadas as práticas mais comuns dos concorrentes, identificando pontos fortes e fracos.
Por meio dessa técnica você conquistará melhores prazos, custos, competitividade de mercado e qualidade produtiva.
A pesquisa de mercado pode ser complementada com estimativas de custos da concorrência.
3. Verifique o desempenho e faça a análise dos resultados
Após a coleta dos dados, é hora de fazer a análise. Verifique como está o desempenho do seu negócio, estabelecendo comparativos e cruzando dados.
Um exemplo de análise é a relação entre custos e lucros. Para isso, identifique todos os custos necessários à produção, como matéria-prima e consumo de energia elétrica, e compare com os lucros gerados ao final desse processo.
Nessa avaliação é preciso que esteja claro quanto é investido em cada coisa, só assim você terá acesso a um dado real sobre os lucros, considerando todos os setores da empresa e suas respectivas despesas.
Nessa etapa a gestão estratégica de custos ajudará no reconhecimento de problemas, na identificação de possíveis melhorias e no processo de tomada de decisão.
4. Invista em planejamento
A análise obtida na etapa anterior ajudará na criação de um plano de ação, que deve deixar claro o seu objetivo, como, por exemplo, a diminuição de despesas, a eliminação de uma etapa do processo de produção que tem demandando muito investimento ou simplesmente a melhoria da qualidade final do produto.
Nesta etapa é primordial que os gastos insuficientes, exatos ou superfaturados sejam identificados.
A partir da construção do planejamento será fácil visualizar quais ações devem ser tomadas a fim de alcalçar o objetivo traçado.
5. Faça controle de custos
A última etapa da gestão estratégica de custos é o acompanhamento dos planos de ação que você definiu anteriormente para controlar as despesas.
Para isso, é necessário documentar as alterações realizadas, procurando acompanhar os resultados gerados ao longo do tempo.
A partir disso, o ciclo da gestão estratégica de custos se inicia novamente, escolhendo novas melhorias a serem implementadas e acompanhando o progresso.
A gestão estratégica de custos como diferencial competitivo nas empresas
A gestão estratégica de custos é uma das melhores formas de conseguir diferencial competitivo.
Listamos quais melhorias é possível alcançar e mostramos como elas ajudam com o crescimento das empresas!
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Reduz gastos
Com uma boa gestão estratégica de gastos é possível observar de forma clara desperdícios, despesas onerosas e fluxos de trabalho desnecessários. São exemplos de gastos a serem extinguidos:
- Retrabalhos;
- Tarefas repetitivas;
- Paradas e perdas de produção;
- Matéria-prima substituível por semelhante;
Ao oferecer um panorama geral, fica claro que melhorias e reinvestimento de dinheiro podem ser feitos de forma estratégica, sem impactar negativamente no processo de produção, nem na qualidade do produto final.
Monitorando mudanças realizadas, as melhorias tornam-se contínuas. Afinal, é sempre possível analisar e ajustar os gastos de acordo com as necessidades e objetivos das empresas e a partir de novas descobertas.
Melhora o lucro
A lucratividade é calculada da seguinte forma:
(resultado da receita) – (custos)
Como a gestão estratégica de custos tem o objetivo de enxugar gastos, a lucratividade tende a aumentar. E, reforçando mais uma vez, reduzir as despesas não significará comprometer a cadeia produtiva, muito menos a qualidade do produto.
É também a partir da análise estratégica que pode haver adequação ao preço de mercado, otimização de processos produtivos e controle orçamentário, tornando a perseguição por maior produtividade algo constante.
Melhora a precificação
É claro que conhecer os processos internos e o custo envolvido na produção são cruciais para melhorar a precificação. Mas o benchmarking e a análise competitiva são outros pilares centrais na gestão estratégica de custos que contribuem para a melhora na precificação.
Você terá em mãos compilados de informações importantes, que vão te orientar acerca de estratégias e posicionamento de mercado.
Aumenta a qualidade de produtos e serviços
Apesar de ser o objetivo principal da gestão estratégica de custos, a redução dos gastos não é o único fator que importa.
Através do mapeamento detalhado, é possível avaliar o processo produtivo de ponta a ponta, com a intenção de identificar etapas desnecessárias, retrabalhos e adicionar novas etapas relevantes ao processo.
Com isso, temos uma melhoria constante que impactará na qualidade do produto.
Ao reduzir os custos e identificar novas oportunidades é possível até mesmo usar o capital para reinvestir na melhoria de qualidade do produto ou dos serviços.
Oferece previsibilidade
A gestão estratégica de custos auxilia no reconhecimento de variações de produção e na visualização de médias de produção. Dois fatores importantes para a previsibilidade do negócio.
Conhecendo o negócio é fácil identificar quando a produção deve diminuir ou aumentar de acordo com a demanda, por exemplo.
Riscos são antecipados e planos de ação podem ser criados de forma rápida para reduzir grandes impactos. A tomada de decisão torna-se então mais estratégica, apoiada em dados e informações.
Indicadores essenciais para o planejamento e gestão estratégica de custos
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A criação de indicadores também faz parte da melhoria de processos de uma empresa. Eles são responsáveis por criar uma base de dados que auxilia na ampla visualização do negócio e no pensamento estratégico.
Na gestão estratégica de custos, os indicadores que devem ser acompanhados são os seguintes:
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Rentabilidade
A criação de um indicador de rentabilidade ajuda a entender se o negócio está tendo o retorno esperado e como está a saúde da empresa.
A gestão estratégica ajuda na identificação de gargalos, no corte e no ajuste de despesas onerosas, para que esse indicador apresente bons resultados no médio e longo prazo.
Lucro
Após retirar todos os gastos, como está o lucro da empresa? Essa é uma pergunta que esse indicador busca responder.
Ao analisá-lo é possível fazer comparações com resultados anteriores e identificar tendências de crescimento, e a partir disso estabelecer metas que guiarão todas as ações da empresa.
Capital de Giro
O giro analisa o volume de vendas. Através dela há a comparação da quantidade de vendas, identificando se a empresa está vendendo mais ou menos se comparado a análise anterior e a média de vendas.
Ao serem analisadas em conjunto, margem e capital de giro fornecem informações indispensáveis, como quais produtos têm mais saída e quais contribuem mais significativamente para o lucro do negócio.
Esse é um indicador importante, porque ajuda no planejamento de estratégias que impactam na melhora da lucratividade da empresa.
Endividamento
A gestão estratégica de custos e a análise de riscos demandam um acompanhamento contínuo do endividamento do negócio.
O indicador mostra como está a saúde financeira do negócio e quais os riscos que a empresa enfrenta. Também deixa evidente se será possível arcar com as dívidas e taxas de juros.
Curso de gestão estratégica de custos
Existem várias modalidades de especializações na área de gestão estratégica de custos, seja para quem quer gerir um negócio ou para quem deseja se qualificar. Aqui vão algumas sugestões:
- Gestão de custos, produção e análise financeira (UDEMY): Neste curso os aprendizados contribuem para a tomada de decisão estratégica e uma melhor visualização dos impactos financeiros. Entre as matérias estão: classificação de custos, contabilidade e indicadores.
- MBA gestão estratégica (USP): A especialização tem como objetivo trazer uma visão sistêmica de todo o processo de produção, auxiliando no planejamento estratégico, na redução de custos e na melhor alocação de recursos.
- Gestão de custos (FGV): O curso apresenta os principais conceitos necessários à gestão de custos e ensina como a análise deve ser feita. É recomendado para profissionais da área de finanças e quem busca se aprofundar no assunto.
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