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Carreira: reflexões e as inseguranças da vida adulta

Certa vez em um treinamento que eu estava fazendo sobre carreira e propósito me foi apresentada uma música da banda Supertramp, que se chama The Logical Song.

A música conta a história de um personagem que, aparentemente, busca encontrar respostas para sua vida adulta, tentando entender sua base, formação e carreira. Você se lembra de alguém?

A letra que trás uma nostalgia gostosa e natural busca nos fazer entender como as coisas, durante nossa juventude, nos parecem maravilhosas e belas como um milagre. Nos conduz a relembrar de imagens que estavam bloqueadas em nossa memória, aquelas de como as coisas eram mais fáceis. 

Dependendo do seu estado emocional ao ouvir a música é provável que chegará a escutar  até os pássaros citados nela. 

Essa dificuldade de nos desprendermos dos momentos pode, muitas vezes, nos paralisar em relação ao futuro. A canção muda seu ponto de vista quando nosso personagem chega a vida adulta. Vida esta que ele nos apresenta sendo prática, responsável, confiável, clínica, intelectual e cínica. Para mim aqui está o auge! 

Não precisamos de muito esforço para compreender que a sociedade atual busca praticidade em tudo que faz, formando cada vez mais pessoas superficiais que têm dificuldade de se aprofundar em assuntos, relações, temas, vida e tudo mais. 

Se você ainda não conhece a música, o vídeo abaixo pode te mostrar e, possivelmente, te inspirar também.

Como o mundo atual impacta a minha carreira?

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Os vídeos estão mais curtos, os livros estão mais simples, os cursos mais expressos (o café também, mas essa parte é boa). 

Quando o artista fala sobre a vida adulta confiável eu me lembro imediatamente de uma tendência natural que o mercado está trazendo, as áreas de confiabilidade

Nos campos das engenharias, por exemplo, temos mercado para tudo, inclusive confiabilidade. 

Passamos horas escolhendo produtos, passamos dias avaliando e no final só queremos saber se ele é confiável, basta dizer que temos estatísticas que comprovam e monitoram tudo isso 24 horas e já nos sentiremos seguros. 

Isso vale também para o campo das relações, só se é confiável na carreira se eu puder monitorar

Sobre a vida clínica penso que ela já se explica. Inacreditavelmente uma música da década de 70 nos lembra que hoje temos recursos que nos suportam em tudo que nos incomoda. 

Se estou fora do peso ideal, clínica de emagrecimento saudável, se estou envelhecendo, clínica de estética, se estou em aflição, clínica psicológica, se estou doente, clínica médica e assim vamos resolvendo os termos da vida adulta e obviamente atendendo a todos os subsistemas ligados a ele. 

Redes sociais X Carreira X Vida pessoal

Os dois últimos pontos citados na obra musical falam sobre intelecto e cinismo. Nesta parte confesso que não consigo pensar em nada além do Instagram e demais redes sociais

A sede e a necessidade de compartilhar e falar sobre coisas que não fazemos ideia, seja sobre carreira ou qualquer outro assunto, fundamentando tudo através “das vozes da minha cabeça”, além de mostrar ao mundo o quanto sou legal e interessante retratam na prática a poesia da música.

Mas quando você pensa que pode piorar, o artista nos lembra dos problemas que nos tiram o sono e o sofrimento de passar a noite acordado enquanto todos dormem.

E quem nunca se viu assim? 

A preocupação e ansiedade de não conseguir dormir pensando que não poderá faltar no compromisso pela manhã ou que terá que fazer um esforço enorme para se mostrar capaz, emocionalmente íntegro e eficiente, quando na verdade está gritando para que alguém perceba que você também é vulnerável e que precisa de um abraço para além dos litros absurdos de café que está consumindo até as 11h. 

Acho que neste momento você deve estar parafraseando o autor da música mesmo sem saber. É muito provável que está achando este texto muito radical e fanático. 

Pois é neste ponto da história que o personagem se perde e nos dá um questionamento filosófico, “quem sou eu?”

Ele se perde e é muito provável que nós também, caso continuemos vivendo apenas para cumprir tudo aquilo que achamos que devemos ser. Inacreditável!

O que a música Bola de Meia, Bola de Gude, do 14 Bis tem a dizer sobre minha vida pessoal e carreira?

De modo muito suave, a banda 14Bis busca respostas à questão acima nos trazendo uma reflexão poderosa. 

Quando Milton Nascimento e Fernando Brant escreveram Bola de Meia, Bola de Gude eles trouxeram a história de um menino, moleque, que morava no coração e estava disposto a ajudar o adulto sempre que ele se sentisse balançado. 

Por um acaso você já se perguntou quais conselhos a criança dentro de você daria para o seu eu de agora? 

Quantas soluções de problemas podem estar guardadas dentro das suas próprias experiências?  

Já parou para pensar que hoje você é um atalho de todas as grandes estradas por onde passou. Que faz todo sentido pensar que há muito do seu passado no seu presente e que podemos muito aprender com isto? 

Os medos que carregamos do passado, as bruxas que nos assombravam podem ainda estar ao nosso redor e o que precisamos é lembrar de como fomos fortes até aqui para vencer estes desafios. 

Que estas soluções estão muito ligadas às escolhas que fazemos e com quem nos relacionamos. 

Na obra o menino volta para lembrar ao nosso interlocutor de amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria e amor. 

Amizade para horas de felicidade e apoio.  

Respeito para tornar as coisas ao nosso redor muito mais fáceis para todos que conosco se relacionam. 

Caráter para garantir que poderei ser eu mesmo, em qualquer lugar, sem nunca precisar esconder aquilo que me motiva. 

Bondade para mover o mundo e fazer dele um lugar melhor. 

Alegria porque é necessário, é o propulsor da vida. 

E, por fim, o amor para que o mundo se ilumine. 

Esse menino dificilmente vai concordar em ser um “adulto normal”. Não vai de jeito nenhum aceitar sacanagem ou estar onde não gostaria.

Leia também: Quais as principais ferramentas de estratégia de RH?

O que a música O Caderno, do Toquinho tem a dizer sobre carreira e longevidade? 

“Eu estou velho então está tarde demais pra mim”. 

Não está não! 

Sabiamente o Toquinho contou a história do recomeço também. 

O caderno é uma metáfora da vida. A canção foi feita para nos lembrar sobre recomeços. 

Nesta vida todos nós aprendemos na escola que quando estamos sujos demais ou quando escrevemos coisas erradas no caderno o melhor recurso é virar a página. 

O caderno representa a vida que temos para viver e como colocamos nele cada parte dela.

É justamente este o caminho para a beleza dos recomeços!

Uma via que é só sua e só você sabe ao certo o que se passa nela. Então coloque essa vida na sua frente e escreva sua história baseada nas experiências que deseja viver. 

Não a esqueça em um canto qualquer!

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Sobre o autor

Ari Ribeiro

Analista Senior de Recursos Humanos (RH), com mais de 10 anos de experiência de mercado. Formado em Administração de Empresas & Gestão de Negócios, pela FEAD - Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais e Pós-graduado em Ciências Sociais - História, Filosofia e Sociologia. Possui Especialização na área de Neurociência e Tecnólogo em Departamento Pessoal.

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